Nosso Cinema

A melhor fonte de críticas de cinema

VAI COMEÇAR A 48ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA EM SÃO PAULO

A 48ª MICSP

A 48ª edição da tradicional Mostra Internacional de Cinema acontece em São Paulo entre os dias 17 e 30 de outubro. O evento vai exibir em 2024 cerca de 415 filmes de 82 países em 29 salas de cinemas, espaços culturais e CEUS espalhados pela capital paulista, incluindo exibições gratuitas e ao ar livre.

A Central da Mostra retorna com um balcão de informações no Conjunto Nacional, que funcionará também para venda de produtos ligados ao evento, como cartazes, bolsas, camisetas, canecas, de 07 a 16 de outubro, das 12h às 18h. Já de 17 a 30 de outubro, a Central funcionará de segunda à sábado das 11h às 21h e, aos domingos, das 11h às 20h.

Dúvidas ou informações não constantes nesta matéria podem ser conferidas no site oficial da 48ª MICSP, clicando aqui. A nossa cobertura completa, com as críticas dos mais diversos filmes e matérias especiais, ocorrerá dentro dos próximos dias.

Programação completa, compra de ingressos e notícias do evento estão disponíveis no aplicativo da Mostra. O programa também permite a criação de uma agenda de programação de títulos escolhidos e, para credenciados, reserva de ingressos. Além dele, a plataforma Mobiload disponibiliza recurso de acessibilidade para 28 filmes da seleção.

A abertura da 48ª MICSP acontece na quarta-feira, dia 16, na Sala São Paulo, com a exibição de “Maria Callas“, longa de Pablo Larraín protagonizado por Angelina Jolie que estreou no Festival de Veneza, onde foi indicado ao Leão de Ouro. O evento terá a apresentação de Renata de Almeida e Serginho Groisman, seguida da exibição do longa. Distribuído no país pela Diamond Films Brasil, o filme faz um relato fictício dos últimos dias de vida da soprano greco-americana. A obra é a terceira de Larraín que faz um retrato de um ícone feminino do século 20, seguindo “Jackie” (2016) e Spencer (2021).

A seleção da 48ª MICSP conta com os premiados dos principais festivais internacionais, como “Anora“, de Sean Baker, “Tudo que Imaginamos Como Luz“, de Payal Kapadia, “Dying – A Última Sinfonia“, de Matthias Glasner, “Grand Tour“, de Miguel Gomes, “Dahomey“, de Mati Diop, “O Brutalista“, de Brady Corbet, “Vermiglio“, de Maura Delpero, “Sujo“, de Astrid Rondero e Fernanda Valadez, “Memórias de um Caracol“, de Adam Elliot, “Happy Holidays“, de Scandar Copti, “Os Malditos“, de Roberto Minervini, “Holy Cow“, de Louise Courvoisier, “Vira-Lata“, de Chiang Wei Liang e You Qiao Yin, “Esta Minha Vida“, de Sophie Fillières, “Ao Contrário“, de Jonas Trueba, “O Maior Bocejo da História“, de Aliyar Rasti, “No Other Land“, de Basel Adra, Hamdan Ballal, Yuval Abraham e Rachel Szor, “O Banho do Diabo“, de Veronika Franz e Severin Fiala, e “O Vidreiro“, de Usman Riaz.

O evento vai exibir ainda a série “Viva o Cinema! Uma História da Mostra de São Paulo“, dirigida por Gustavo Rosa de Moura e Marina Person. O trabalho retrata os 48 anos de trabalho de resistência da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

Entre os patrocinadores da 48ª MICSP estão: Petrobrás (patrocínio Master), Itaú, SESC e SPCINE.

O CARTAZ DESTA EDIÇÃO E O CINEMA INDIANO

O cartaz da 48ª Mostra é uma arte de Satyajit Ray que faz parte do storyboard criado pelo cineasta durante a preparação de “A Canção da Estrada” (1955), seu primeiro longa. O indiano, que foi também artista gráfico, compositor, roteirista, publicitário, escritor, diretor de arte, de fotografia, de som, editor, entre outros, também ganha homenagem do evento com uma retrospectiva de 7 títulos. Serão exibidos longas realizados por Ray entre 1955 e 1966.

A homenagem ao cineasta também lança luz a um dos principais destaques da 48ª Mostra, que é o cinema indiano. Cerca de 30 filmes do país compõem a programação: são longas produzidos nas mais variadas regiões da Índia, premiados nos principais festivais internacionais ou restaurados, que mostram a diversidade do país. Além das obras, diretores, atores, produtores e distribuidores da Índia participam do evento.

A 1ª MOSTRINHA

Satyajit Ray também é autor do pôster da 1ª Mostrinha, dedicada à infância e à juventude. A seleção de filmes voltada para a nova geração de espectadores vai ter abertura em 17 de outubro, na Sala São Paulo, com a exibição de A Arca de Noé, de Sérgio Machado e Alois di Leo. Ao longo do evento serão exibidos longas inéditos no Brasil produzidos em diferentes lugares do mundo e que passaram pelos mais importantes festivais internacionais.

Também integram a programação outros filmes inéditos no Brasil que passaram em festivais internacionais, como a coprodução holandesa e belga Corações Jovens, de Anthony Schatteman, que recebeu menção especial da seção Generation Kplus do Festival de Berlim, o francês O Grande Natal dos Animais, de Caroline Attia, Ceylan Beyoğlu, Olesya Shchukina, Haruna Kishi, Camille Alméras e Natalia Chernysheva, exibido no Festival Internacional de Animação de Annecy, a coprodução entre Luxemburgo e França Um Barco no Jardim, de Jean-François Laguionie, exibido nos festivais de Cannes e Annecy, o alemão Vencedores, de Soleen Yusef, exibido no Festival de Berlim, a coprodução entre República Tcheca, Eslováquia e França Vivendo em Excesso, de Kristina Dufková, exibido no Festival de Annecy, o francês Angelo na Floresta Misteriosa, de Vincent Paronnaud e Alexis Ducord, exibido nos festivais de Cannes e Annecy, a coprodução entre Holanda, Luxemburgo e Bélgica A Raposa e a Lebre Salvam a Floresta, de Mascha Halberstad, exibido nos Festival de Berlim e no BAFICI, e o indiano Boong, de Lakshmipriya Devi, exibido no Festival de Toronto.

A 1ª Mostrinha também homenageia os 30 anos do programa Castelo Rá-Tim-Bum, da TV Cultura, e os 25 anos do filme homônimo de Cao Hamburger baseado na série. O escritor e cartunista Ziraldo, morto em 2024, também será celebrado com a exibição dos dois filmes sobre o Menino Maluquinho, personagem mais conhecido do autor.

MOSTRA BRASIL

Integram a seleção da 48ª Mostra cerca de 60 filmes brasileiros. Os filmes da Mostra Brasil também estão divididos nas seções Apresentação Especial e Competição Novos Diretores. Os que estão na Mostra Brasil são inéditos em São Paulo, assim como os da Competição Novos Diretores, que exibe obras de cineastas que já dirigiram no máximo dois longas. Os filmes da competição concorrem ao Troféu Bandeira Paulista de Melhor Filme, dado pelo Júri Internacional da 48ª Mostra. Além disso, todos os brasileiros da Perspectiva Internacional e da Competição Novos Diretores concorrem ao Prêmio do Público da Mostra, que inclui o Troféu Bandeira Paulista de Melhor Filme Brasileiro.

EVENTOS E LOCAIS

Pelo segundo ano, a Mostra conta com um espaço temporário na Cinemateca Brasileira. Chamado Espaço Petrobras na Mostra, o local vai abrigar exibições na área externa do local, com sessões gratuitas e especiais.

A Mostra realiza pelo quarto ano consecutivo o Encontro de Ideias Audiovisuais, que inclui o III Mercado, o VIII Fórum e o VIII Da Palavra à Imagem. Gratuito e aberto ao público em geral, ele reúne debates, exibições, lançamentos de livros e reuniões entre os dias 24 e 26 de outubro, na Cinemateca Brasileira.

A Mostra promove três masterclasses gratuitas durante o evento, uma que irá abordar a evolução do cinema indiano, a outra sobre os primórdios do audiovisual e a última dentro da programação do IV Encontro, sobre adaptações de obras literárias para as telas.

A 48ª Mostra vai fazer uma sessão no projeto Luz na Tela, cinema ao ar livre do Museu da Língua Portuguesa e do Museu Soberano – Rua do Triunfo. A sessão será gratuita e vai acontecer no dia 24 de outubro.

Após o sucesso das exibições da Mostra em Manaus em 2023, filmes da seleção partem nesta 48ª edição para Belém. Pela primeira vez na capital paraense, o evento realiza exibições de longas da programação entre os dias 31 de outubro e 6 de novembro.

A tradicional itinerância promovida pelo Sesc por cidades paulistas ocorrerá em 10 unidades, de 15 de novembro a 15 de dezembro. Os filmes da Mostra serão exibidos nos Sesc Araraquara, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Preto, São Carlos, Birigui, Sorocaba, Jundiaí e Campinas.

PREMIAÇÕES

A 48ª Mostra concede o Troféu Bandeira Paulista (uma criação da artista plástica Tomie Ohtake) aos filmes da seção Competição Novos Diretores. Os longas desta seção mais bem votados pelo público após as exibições são submetidos ao júri, que escolherá os vencedores nas categorias melhor filme de ficção, melhor documentário e outras categorias que os jurados desejarem. Além disso, no encerramento da MICSP, outras duas premiações são entregues: o prêmio da crítica, escolhido por um grupo de jornalistas especializados em cinema que cobrem o evento, que escolhem o melhor filme estrangeiro. desde 2001, e o prêmio Abraccine, no qual, desde 2012, um júri indicado pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema, escolhe o melhor filme brasileiro de diretores estreantes exibido na Mostra, que não tenha sido premiado pela Abraccine em outros festivais pelo país.

O Prêmio Humanidade vai para o cineasta e ex-Ministro da Cultura haitiano Raoul Peck, indicado ao Oscar® de melhor documentário em longa-metragem em 2017 por “Eu Não Sou Seu Negro“. A Mostra também exibe o inédito no Brasil Ernest Cole: Achados e Perdidos, longa do diretor premiado como melhor documentário no Festival de Cannes de 2024.

O júri da 48ª MICSP é composto pela produtora argentina Hebe Tabachnik, pelo ator português Gonçalo Waddington, pelo norte-americano Kyle Stroud (produtor de “O Brutalista“, “Harvest“, “Eephus” e “The Line“, que integram a seleção da Mostra), pelo crítico francês Thierry Meranger, pela atriz brasileira Camila Pitanga e pelo cineasta iraniano Mohsen Makhmalbaf, que terá seus mais recentes filmes, “Aqui as Crianças Não Brincam Juntas” e “Falando com Rios“, exibidos no evento.

A Netflix volta a entregar um prêmio no festival. A honraria será concedida a um filme brasileiro da programação da Mostra que ainda não tenha contrato com um serviço de streaming.

Também pela segunda vez será entregue o Prêmio Paradiso para um dos filmes selecionados da seção Mostra Brasil. A premiação vai apoiar a distribuição da obra nas salas de cinema do país.

E pela segunda vez o coletivo BRA.DA, de diretoras de arte do Brasil, entrega um prêmio para direção de arte.