MELHORES FILMES DE 2018
Vocês pediram, então a equipe Nosso Cinema se reuniu e decidiu elencar os melhores filmes de 2018. Em conjunto, elencamos nove filmes, usando como critério do ano a data em que foi visto no cinema (mesmo se lançado no circuito geral nacional posteriormente). A melhor parte é que os nossos críticos explicaram resumidamente por que cada um merece estar nesse grupo (alguns deles com link para a nossa crítica). Aqui vai a lista, que está em ordem alfabética:
1) CAFARNAUM, de Nadine Labaki
Por quê?
“A expressão ‘soco no estômago’ soa como eufemismo diante do que ‘Cafarnaum’ representa. Dramático na medida certa, terno nos momentos ideais, chocante sem recair em sensacionalismo e impactante como pouquíssimos conseguem ser, é impossível sair indiferente após assistir a esse longa. Com um protagonista impressionante em todos os sentidos, esse inesquecível filme é um verdadeiro atropelo aos corações frágeis e, no mínimo, um choque aos mais resistentes” (Diogo).
Estreia no Brasil: 17 de janeiro de 2019 (assistido na 42ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo).
Clique aqui para ler a nossa crítica (em breve).
2) EU, TONYA, de Craig Gillespie
Por quê?
“É comum que as listas de melhores do ano desconsiderem os filmes que concorrem ao Oscar, mas seria desonesto deixar algumas das obras de fora. Desses, destaco esse filme que se manteve discreto, mas que carrega um potencial fascinante. Primeiro por, definitivamente, colocar Margot Robbie como uma das grandes atrizes desta geração (a cena em que ela está se maquiando diante do espelho beira o sublime), mas também por trazer uma narrativa bem estruturada e sem maniqueísmos” (Robinson).
Estreia no Brasil: 15 de fevereiro de 2018.
Clique aqui para ler a nossa crítica.
3) GUERRA FRIA, de Pawel Pawlikowski
Por quê?
“O grande mérito de Pawlikowski é fazer um romance que saia do clichê e, principalmente, do exagero na doçura. Além disso, o trabalho feito na trilha musical é fenomenal ao acompanhar o ritmo da narrativa e a fotografia em preto e branco é maravilhosa. ‘Guerra Fria’ é um caso raro de união da técnica impecável com a emoção inestimável” (Diogo).
Estreia no Brasil: 7 de fevereiro de 2019 (assistido na 42ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo).
Clique aqui para ler a nossa crítica.
4) INFILTRADO NA KLAN, de Spike Lee
Por quê?
“Mesmo se fosse ficção, esse filme chamaria a atenção pela história inusitada. Quando tudo é explicado e parece que a obra vai cair na obsolescência, Spike Lee consegue manter o espectador curioso para saber o caminho que a narrativa vai tomar, sempre usando de uma comédia de – com o perdão do trocadilho – humor negro. As imagens finais lembram que aquilo é uma ameaça real e séria presente ainda hoje. É cinema da melhor qualidade: entretenimento durante a sessão e reflexão após ela sobre um tema mais que oportuno” (Diogo).
Estreia no Brasil: 22 de novembro de 2018 (filme assistido durante a 42ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo).
Clique aqui para ler a nossa crítica.
5) O SACRIFÍCIO DO CERVO SAGRADO, de Yorgos Lanthimos
Por quê?
“O sacrifício do cervo sagrado’ é a expressão da autoralidade do cineasta grego Yorgos Lanthimos em sua primeira incursão pelo cinema de língua inglesa. Filmar em outro país, que não sua terra natal, não o impede de manter uma assinatura própria muito marcante através de um terror psicológico nada convencional. A trama, os planos e enquadramentos e a trilha sonora são os principais aspectos mobilizados para investigar de maneira incômoda e perturbadora as zonas sombrias da natureza humana; nada mais assustador do que os próprios demônios internos da humanidade” (Ygor).
Estreia no Brasil: 8 de fevereiro de 2018.
6) PONTO CEGO, de Carlos López Estrada
Por quê?
“Certamente o filme mais necessário de 2018. A violência contra o negro não é colocada para soar como vitimismo, apenas como a dura e cruel realidade. Em especial, eu destaco a brilhante maneira como o filme apresenta o rap como um grito de libertação do negro. É difícil um filme ser bem sucedido em fazer rir, chorar ou criar tensão de uma cena para outra, sem parecer confuso ou destoar narrativamente, este faz isso sem que seja perceptível” (Robinson).
Estreia no Brasil: 4 de outubro de 2018.
7) ROMA, de Alfonso Cuarón
Por quê?
“Roma’ é o trabalho mais intimista e pessoal da carreira de Alfonso Cuarón. Um trecho autobiográfico da infância do cineasta é contado a partir do ponto de vista da babá que trabalhava para sua família. A perspectiva de uma jovem de classe social desfavorecida permite ao filme entrelaçar aspectos emocionais, culturais, sociais e históricos do México da década de 1970. Tudo isso dentro do primor técnico e estilístico de uma fotografia em preto e branco com matizes de cinza e de movimentos de câmera sutis e bastante evocativos, que fazem o público mergulhar no cotidiano daquela família” (Ygor).
Estreia no Brasil: 14 de dezembro de 2018 (filme original Netflix).
Clique aqui para ler a nossa crítica.
8) TINTA BRUTA, de Filipe Matzembacher e Márcio Reolon
Por quê?
“Tinta bruta’ é a demonstração de como o cinema nacional é mais rico e diversificado do que a Globo Filmes faz parecer. Trata-se de uma história sobre preconceito, autodescoberta, relações mediadas pelas novas tecnologias e abertura para as incertezas da vida a partir de um jovem gay que transmite performances eróticas pela internet. As múltiplas possibilidades do roteiro não apenas são desenvolvidas pela trama e pelas atuações, mas também pelas cores neon, pela fotografia evocativa e pela direção sensível” (Ygor).
Estreia no Brasil: 6 de dezembro de 2018.
Clique aqui para ler a nossa crítica.
9) UM LUGAR SILENCIOSO, de John Krasinski
Por quê?
“Poucos filmes de terror conseguiram ser tão bem sucedidos em 2018 como ‘Um lugar silencioso’. Além de trazer um conceito que ficou muito bem aproveitado no cinema (a ausência de som), o filme é carregado de uma aura própria. Um sentimento de vazio e desolação tão crível naquele mundo criado, que o público se conecta logo nos primeiros minutos com todas as personagens em tela. Um terror que consegue ser eficiente tanto nos detalhes quanto nos clichês” (Robinson).
Estreia no Brasil: 5 de abril de 2018.