45ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SÃO PAULO [45 MICSP]
Seguindo a tradição do Nosso Cinema de acompanhar a MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SÃO PAULO (MICSP), em 2021 mais uma vez faremos a cobertura do evento, com matérias e críticas sobre os filmes a que vamos assistir. Em breve começaremos a divulgação das nossas críticas, agora, porém, é o momento de adiantar algumas informações úteis sobre esta 45ª edição. Segue abaixo a nossa primeira matéria.
De 21 de outubro a 03 de novembro, acontece em São Paulo a tradicional Mostra Internacional de Cinema, que neste ano terá formato híbrido de exibição. Durante duas semanas, as seções Perspectiva Internacional, Competição Novos Diretores e Mostra Brasil vão apresentar 264 títulos de vários países em circuito de salas de cinemas da cidade de São Paulo e também nas plataformas Sesc Digital, Itaú Cultural Play e Mostra Play (todas acessadas pelo site da Mostra: www.mostra.org).
A Mostra apresentará sessões gratuitas no Vão Livre do Masp, Vale do Anhangabaú, Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso e Centro Cultural Tiradentes. E com valores promocionais no circuito Spcine (Centro Cultural São Paulo e Biblioteca Roberto Santos) e no Museu da Imigração.
Também serão gratuitas as sessões dos filmes apresentados nas plataformas Sesc Digital e Itaú Cultural Play.
A seleção deste ano faz um apanhado do cinema contemporâneo mundial produzido e exibido sob o impacto da pandemia que atingiu a indústria cinematográfica em todos os continentes.
Este ano, a Mostra terá dois tipos de pacotes de ingresso: os exclusivos para as exibições digitais e outros apenas para as sessões presenciais. Alguns títulos da seleção serão exibidos com exclusividade nos cinemas.
É aqui que o Nosso Cinema precisa fazer uma importante ressalva. Apesar de termos feito contato, a organização da Mostra não informou com antecedência que haveria filmes exclusivos no cinema (em sessões presenciais). Infelizmente, os filmes premiados e de diretores renomados serão exibidos exclusivamente nos cinemas. Isso é de se lamentar por duas razões. A primeira é que contávamos com a disponibilização de todo o acervo trazido à imprensa, o que não ocorrerá, já que algumas sessões serão somente presenciais – restritas ao público presente em São Paulo, portanto. A segunda, que vai no mesmo sentido, é que a MICSP perdeu uma ótima ocasião para disponibilizar ao público nacional filmes que ficarão extremamente restritos. Com plataformas de mídia digital, inclusive a Mostra tendo plataforma própria, a oportunidade era perfeita para popularizar os longas exibidos em Cannes e Berlim, por exemplo, que geralmente ficam restritos a circuitos bastante fechados. Pessoas que moram em cidades sem cinemas que exibem obras com esse perfil teriam a oportunidade de acesso, bastando que para isso tivessem acesso à internet. Não é o que vai acontecer: mesmo em tempos de ampliação dos horizontes cinematográficos para aumento de seu público, a MICSP continua sendo um evento local (São Paulo), não propriamente nacional. Não se trata de censurar, mas de, reitere-se, lamentar a oportunidade perdida.
Tendo em vista que a 45ª Mostra terá número reduzido de convidados, além das apresentações presenciais nos cinemas, a presença dos diretores e profissionais da área se dará também por meio de vídeos enviados previamente. Debates e entrevistas serão apresentados virtualmente no Canal da Mostra do Youtube e pelo site da Mostra.
Pelo quinto ano consecutivo, a Mostra e o Itaú Cultural realizam mais uma edição do Fórum Mostra, que promove encontros e debates de cinema, economia criativa e assuntos contemporâneos da cultura, de 27 a 30 de outubro
Depois da ausência das salas de cinema em 2020, a Mostra volta ao circuito exibidor na sua 45a edição.
A 45ª Mostra volta a exibir sessões presenciais em 15 espaços da cidade de São Paulo e mantém parte de seu conteúdo on-line. Uma seleção de títulos estará disponível nas plataformas Mostra Play, Sesc Digital e Itaú Cultural Play. Todas as plataformas, eventos e atividades, podem ser acessados através do site www.mostra.org.
As sessões presenciais seguirão rígidos protocolos de segurança contra a covid-19:
– ocupação de apenas 50% da lotação das salas/espaços,
– distanciamento social,
– exigência do comprovante de vacinação,
– uso obrigatório de máscara, que deverá permanecer na face durante o período de exibição.
A programação de filmes da Mostra nos cinemas estabelece um intervalo de 30 min entre as sessões para que as salas sejam completamente higienizadas e os cinemas vão disponibilizar álcool em gel. Após o término de cada sessão, o público deverá respeitar a ordem de saída, começando pela última fileira, evitando assim aglomeração.
Nem todos os títulos a serem apresentados nos cinemas serão exibidos nas plataformas digitais e a decisão de exibir ou não no on-line coube única e exclusivamente ao produtor e ao distribuidor de cada filme. Assim, alguns títulos serão exibidos apenas nos cinemas.
Dentre os destaques da seleção, estão:
– France, de Bruno Dumont
– Ao Cair do Sol (Sundown), de Michel Franco
– Marx Pode Esperar (Marx Can Wait), de Marco Bellocchio
– A Caixa (La Caja), de Lorenzo Viga (Leoncino d’Oro Agiscuola Award – Cinema for UNICEF, em Veneza)
– Titane, de Julia Ducournau (Palma de Ouro | Festival de Cannes)
– Annette, de Leos Carax (Melhor Direção | Festival de Cannes)
– Memória, de Apichatpong Weerasethakul (Prêmio do Júri | Festival de Cannes)
– Zalava,de Arsalan Amiri (vencedor da Semana da Crítica | Festival de Veneza)
– Encontros (Introdution), de Hong Sang-soo (Melhor Roteiro | Festival de Berlim)
– Sr. Bachmann e Seus Alunos (Mr. Bachmann and His Clas), de Maria Speth (Prêmios do Júri e do Público | Festival de Berlim)
Programação gratuita ao ar livre no Vão Livre do Masp e Anhangabaú, exibe, dentre outros títulos:
– Summer of Soul (… ou, Quando a Revolução Não Pode Ser Televisionada (Summer of Soul (…Or, When the Revolution Could Not Be Televised)), de QuestLove
– Bob Cuspe, Nós Não Gostamos de Gente, de Cesar Cabral, vencedor do Festival de Annecy
– A Viagem de Pedro, de Laís Bodanzky (em estreia mundial!)
Homenagem póstuma ao diretor português Paulo Rocha, faz retrospectiva de sete de seus filmes, entre os quais Os Verdes Anos, A Ilha dos Amores, Mudar de Vida, e exibe o longa A Távola do Rocha, dirigido por Samuel Barbosa, que foi assistente do diretor.
A diretora brasileira Helena Ignez será homenageada com o Prêmio Leon Cakoff e com o lançamento do livro Helena Ignez, atriz experimental, de Pedro Guimarães e Sandro de Oliveira.
Em parceria com a ACNUR – Agência da ONU para Refugiados e com o Museu da Imigração, a 45ª Mostra apresenta no Museu, nos dias 22 e 23, programação que inclui os filmes 7 Prisioneiros, de Alexandre Moratto, e Pegando a Estrada (Hit the Road), de Panah Panahi.
A seleção da 45ª Mostra soma 264 títulos, vindos de mais de 50 países, que serão apresentados em dois formatos de exibição – presencial e online, nas seções Perspectiva Internacional, Competição Novos Diretores, Mostra Brasil e Apresentação Especial. Mais de 80 títulos desta edição são dirigidos por mulheres.