#OSCAR2020: a premiação
No dia 9 de fevereiro aconteceu o Oscar 2020, a premiação cinematográfica mais esperada do ano. Todos os longas premiados tiveram sua crítica publicada no site durante a temporada, seguem abaixo os vencedores, com links das críticas.
Melhor Animação: “Toy Story 4“ (clique aqui para ler a nossa crítica)
O Oscar foi uma noite cheia de previsões se confirmando. Na categoria de Melhor Longa de Animação, aconteceu o esperado: a Academia premiou mais um filme da Pixar, mesmo depois de “Klaus“, da Netflix, ganhar o principal prêmio do Annie Awards (considerado o Oscar das animações).
Melhor Roteiro Original: Bong Joon Ho e Han Jin Won, por “Parasita“ (clique aqui para ler a nossa crítica)
Melhor Roteiro Adaptado: Taika Waititi, por “Jojo Rabbit“ (clique aqui para ler a nossa crítica)
Nas categorias de roteiro, “Parasita” ganhou seu primeiro prêmio da noite, o que foi importante para mostrar a força que o filme sul-coreano havia conquistado na Academia. O prêmio de Melhor Roteiro Original foi para Bong Joon-Ho, que subiria mais vezes no palco. O sul-coreano estava concorrendo com Tarantino (este, por “Era uma vez em Hollywood“), que, para muitos, era o favorito da noite. O Oscar de Melhor Roteiro Adaptado foi para Taika Waititi, por “Jojo Rabbit“, que venceu uma categoria igualmente bem disputada.
Melhor Edição de Som: Donald Sylvester, por “Ford vs Ferrari“ (clique aqui para ler a nossa crítica)
Melhor Fotografia: Roger Deakins, por “1917“ (clique aqui para ler a nossa crítica)
Melhor Montagem: Michael McCusker e Andrew Buckland, por “Ford vs Ferrari“ (clique aqui para ler a nossa crítica)
Melhores Efeitos Visuais: Guillaume Rocheron, Greg Butler e Dominic Tuohy, por “1917“ (clique aqui para ler a nossa crítica)
Melhor Maquiagem e Penteado: Kazu Hiro, Anne Morga e Vivian Baker, por “O escândalo“ (clique aqui para ler a nossa crítica)
Melhor Figurino: Jacqueline Durran, por “Adoráveis mulheres“ (clique aqui para ler a nossa crítica)
As premiações nas categorias técnicas ficaram divididas, principalmente, entre “Ford vs. Ferrari” e “1917“, que confirmaram seu favoritismo nesse quesito.
Melhor Curta-metragem: “The neighbors’ window“
Melhor Curta-metragem Animado: “Hair love“
Melhor Curta-Metragem em Documentário: “Learning to skateboard in a warzone (if you’re a girl)“
Nas categorias de curtas, poucas surpresas. Destaca-se a representativa animação em curta-metragem “Hair love“, distribuído pela Sony.
Melhor Trilha Sonora Original: Hildur Guðnadóttir, por “Coringa“ (clique aqui para ler a nossa crítica)
Melhor Canção Original: Elton John e Bernie Taupin, por “(I’m gonna) love me again“, de “Rocketman“ (clique aqui para ler a nossa crítica)
Foi na trilha sonora que “Coringa” conseguiu o seu primeiro Oscar da noite, estatueta que ficou com Hildur Guðnadóttir. A compositora era a favorita, pois havia faturado todas as premiações que concorreu. Elton John e Bernie Taupin também eram favoritos, na categoria respectiva. O cinebiografado de “Rocketman” apresentou, durante a cerimônia, a original “(I’m gonna) love me again“, um dos momentos mais bonitos e emocionantes da cerimônia. Também emocionou a tradicional sessão “In memoriam“, dessa vez com Billie Eilish cantando “Yesterday“, honrando os nomes da indústria que morreram no último ano – em especial Kobe Bryant, que havia vencido o prêmio de de “Melhor Curta-metragem Animado” em 2018.
Melhor documentário: “Indústria americana“ (clique aqui para ler a nossa crítica)
O brasileiro “Democracia em vertigem” (clique aqui para ler a nossa crítica) perdeu a estatueta para um documentário Netflix que contou com Barack Obama na produção. Contudo, apenas a indicação mostra que o cinema brasileiro ainda pode alcançar mais espaço no mercado, principalmente com os serviços de streaming (como a própria Netflix). Merece menção o fato de que a categoria de documentário foi a mais representativa: dos cinco indicados, três filmes têm mulheres na direção.
Melhor Ator Coadjuvante: Brad Pitt, por “Era uma vez em… Hollywood“ (clique aqui para ler a nossa crítica)
Melhor Atriz Coadjuvante: Laura Dern, por “História de um casamento“ (clique aqui para ler a nossa crítica)
Melhor Ator: Joaquin Phoenix, por “Coringa“ (clique aqui para ler a nossa crítica)
Melhor Atriz: Renée Zellweger, por “Judy – muito além do arco-íris“ (clique aqui para ler a nossa crítica)
Brad Pitt já era o favorito como ator coadjuvante por ter conquistado prêmios como o BAFTA (conhecido como “o Oscar britânico”), mesmo sendo uma categoria disputadíssima, com nomes como Tom Hanks, Al Pacino e Anthony Hopkins. Da mesma forma, Laura Dern também era franca favorita. “Judy” é claramente uma obra focada na atuação, tendo êxito ao consagrar Renée Zellweger. Todos já sabiam que Joaquin Phoenix iria ganhar o Oscar de Melhor Ator pelo trabalho em “Coringa“. No entanto, a expectativa da maioria das pessoas não estava mais no vencedor, e sim no discurso do ator, que sempre traz temas políticos relevantes, como suas causas humanitárias e ambientalistas (como privilégio, desigualdade social e veganismo), assuntos já abordados, por exemplo, no BAFTA (e dessa vez reiterados). Outra característica marcante nos discursos do ator é homenagear os colegas de profissão que concorreram com ele.
Melhor Filme Internacional: “Parasita“ (clique aqui para ler a nossa crítica)
Melhor Direção: Bong Joon Ho, por “Parasita“
Melhor Filme: “Parasita“
“Parasita” já vinha construindo uma expectativa sobre quais estatuetas poderia levar para casa e como a Academia olharia pra o filme na grande noite. Entretanto, as premiações anteriores que servem de termômetro para o Oscar mostravam “1917” como o favorito para o prêmio principal. Outro fato que pesava contra as chances do sul-coreano era o fato de ser estrangeiro, já que o Oscar de Melhor Filme nunca foi endereçado a uma produção que não fosse norte-americana.
“Parasita” começou a noite ganhando o Oscar de Melhor Roteiro Original, o que só fez crescer a expectativa do público. Depois, quando conquistou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro, não surpreendeu. O feito inédito começou a dar indícios de que poderia ser possível quando Bong Joon-Ho ganhou o Oscar de Melhor Diretor, superando Sam Mendes (diretor de “1917“) e, assim, contrariando várias premiações, principalmente o DGA (sindicato dos diretores). Ainda assim, as chances para o filme sul-coreano na categoria principal da noite ainda eram mínimas, pois, desde 2005, somente três produções ganharam o Oscar de Melhor Filme sem vencer no DGA e PGA. Por conta disso, muitos acreditavam que Bong Joon-Ho como Melhor Diretor seria a última surpresa da noite e que, pelo segundo ano consecutivo, a Academia não entregaria a principal estatueta para uma aclamada produção estrangeira (como com “Roma“, em 2019).
Então, chega o momento mais esperado da noite. Jane Fonda sobe ao palco, carregando o envelope que anunciaria não só o vencedor, mas como o Oscar 2020 ficaria lembrado, se por uma escolha conservadora ou histórica. Depois de noventa e uma edições, a grande surpresa com a vitória de “Parasita“. Foi um dos momentos mais bonitos da cerimônia, com toda a produção do filme subindo ao palco para receber o prêmio, um discurso emocionante da produtora Kwak Sin-ae, e outro do próprio Bong Joon-Ho para fechar a noite e entrar para a História não apenas da premiação, mas do cinema.
Por acreditar que poucas coisas são tão poderosas quanto uma estória, poder escrever sobre elas me deixa realizado.