COLETIVA DE IMPRENSA: John Shipton, pai de Julian Assange
Presente no Brasil já há alguns meses, onde passou por cidades como Brasília, Porto Alegre e Rio de Janeiro, John Shipton continuou a tour de divulgação do documentário sobre o seu filho no Petra Belas Artes, em São Paulo, na segunda-feira (28). ITHAKA – A LUTA DE ASSANGE é dirigido por Ben Lawrence, e chega ao Brasil nessa quinta-feira com um urgente registro da campanha em favor da liberação do jornalista Julian Assange, em que John tem sido um dos protagonistas desde a prisão em 2019.
Julian foi preso na Inglaterra pelo vazamento de documentos confidenciais do dos Estados Unidos, encarcerado até hoje em uma prisão de segurança máxima britânica. Ele ficou reconhecido como um grande jornalista político, agraciado pelos que viram as suas intenções como uma tentativa de denúncia do envolvimento do governo norte-americano com crimes de guerra e demais práticas imorais.
Na coletiva de imprensa que aconteceu no cinema de rua da Consolação, John falou do apoio que a campanha tem recebido, especialmente do atual governo brasileiro, e da repercussão que o filme tem atingido.
“Não há como subestimar a importância do apoio que o governo Lula tem oferecido a Julian. Não sei se meu filho gostaria de vir morar aqui, sei que acima de tudo ele gostaria de estar livre. Mas é muito bom receber esse tipo de suporte, que também veio do atual presidente do México, Andrés Obrador, que afirmou que estaria disposto a oferecer asilo político a Julian”, Shipton respondeu ao ser questionado sobre o que acharia caso o Brasil oferecesse refugiar o jornalista preso.
Ao ser questionado sobre a possível libertação do filho, John falou com otimismo. “Muitos candidatos à presidência, em Novembro, já afirmaram que libertarão Julian caso sejam eleitos. Eles valorizam o ideal de liberdade que existe, em teoria, na Constituição dos Estados Unidos. E me parece que meu filho se tornou um item na agenda de discussões desses representantes. Eu acredito que a sua libertação está cada vez mais próxima”.
Ao final, reforçou a importância das ações de Assange. “Eu acredito profundamente que o trabalho do meu filho, como jornalista, pode ter um impacto muito positivo para o futuro. Ele teve a coragem de expor alguns segredos que ainda são mantidos, em muitos países, por debaixo dos panos, e a influência que isso pode ter sobre outros profissionais pode ser extraordinária. Ele está lutando até agora pelo que ousou fazer, e com certeza isso tem o seu impacto. Por isso também que eu agradeço a todos vocês, jornalistas, que estão aqui hoje em apoio à Julian”.
O documentário sobre o famoso criador do blog WikiLeaks chega aos cinemas do Brasil nessa quinta-feira (31), e John permanece em viagem pelo país divulgando o seu lançamento e se manifestando em nome da libertação de seu filho.